Geek Talk

Mais um Geek Talk, já que eu nem sei quando eu volto a escrever.
Algumas pessoas já devem ter ouvido falar num tal de “Bit Torrent”, ou a nova febre em compartilhamento de arquivos pela Internet.
Em um estudo feito pela britânica CacheLogic, o novo brinquedo seria responsável por 35% de todo o tráfego de dados da Internet, atualmente. E ultrapassa a soma do tráfego de todos os outros programas de compartilhamento, se somados.
A MPAA (a associação dos estúdios de Hollywood) já viu que a brincadeira nem tem tanta graça assim, e já conseguiu o fechamento de alguns sites.
Pra quem quiser se iniciar, a indicação de programa é o azureus, que pode ser conseguido no site da SourceForge.net, ou no site da Aelitis. Somente um aviso: esse troço come banda que é uma beleza!
Diferentemente dos outros programas, o processo de conseguir músicas, vídeos ou programas é menos intuitivo. Não basta só instalar o programa.
Antes, você deve encontrar um Site de arquivos do tipo .torrent. Dica? Comecem por aqui.
Depois de encontrar um desses sites, você deve baixar o arquivo torrent do conteúdo que te interessa, que normalmente não ultrapassa algumas centenas de kilobytes.
Dê dois cliques no tal .torrent: somente nesse instante é que o Azureus (ou outro programa similar) vai iniciar realmente o download daquilo que você pediu.
E é aí que começa a diferença. O protocolo Bit Torrent divide o bolo em inúmeros pedaços, e como o download desses pedaços pode ser simultâneo e de qualquer usuário que tiver aquele pedacinho específico, a velocidade é (teoricamente) muito maior. E como teoricamente compartilhar pedaço de informação legalmente é diferente de compartilhar a informação inteira…
Então, divirta-se, antes que essa outra brincadeira também vá para o espaço.
Ali mais pra baixo, tem uma explicação mais detalhada (demorada), e obviamente completamente geek. E talvez quase inteligível pra gente normal. Pra quem quiser…


Pra quem é menos techno-geek do que eu, e quer usar de uma maneira menos ignorante o Bit Torrent, explico (sem ser muito purista, pra não correr o risco de escrever muito e falar nada):
A arquitetura de uma rede Bit Torrent é composta pelas seguintes peças:
A. Usuários (que rodam os programas cliente)
B. Servidor de arquivos .torrent
C. O Rastreador (ou Tracker)
O protocolo do Bit Torrent define o seguinte:
Para compartilhar qualquer tipo de arquivo, seja uma única música, um filme inteiro, ou uma pasta com várias músicas MP3, deve ser criado um arquivo com a extensão .torrent, que contém as seguintes informações: o nome dos arquivos que essa pessoa quer compartilhar, o endereço do servidor Rastreador, a quantidade de pedaços que esse conteúdo foi dividido, e o tamanho de cada um destes pedaços.
Para que alguém faça o download de qualquer conteúdo usando o protocolo BT, deve haver um arquivo com a extensão .torrent, que contém a lista de todos os arquivos do pacote, a quantidade total de pedaços, o tamanho destes pedaços, e o endereço do Rastreador.
Uma vez que usuário tenha esse arquivo torrent (normalmente conseguido nos Servidores de arquivos torrent), o programa cliente faz uma conexão com o Rastreador, que informa quais são os usuários que possuem aquele conteúdo. Uma vez que haja alguém compartilhando tal conteúdo, o programa cliente começa a trazer os vários pedaços, e se encarrega de organizá-los na ordem correta.
Terminologia usual:
Leecher ou Compartilhadores: Quem tá fazendo só o download dos arquivos.
Seeder ou Semeador: Quem originariamente compartilhou, ou que já conseguiu baixar tudo, e agora ajuda a distribuir os arquivos.
Aviso: não seja um leecher mané. A taxa de compartilhamento (ratio) é pra avisar quando você já pelo menos foi tão legal quanto aquela pessoa que deixou o que você acabou de pegar. Deixe chegar a 1.1 pelo menos.
Internet… hein?
0. Internet basicamente é a soma de muitas redes de computadores, ligadas entre si. À maçaroca damos o nome de Internet. Devia ser casa da mãe Joana.
1. Para que os computadores conversem entre si, são necessárias duas coisas: equipamentos físicos (cabos de rede, placas de rede e etc), e uma linguagem comum a eles, ou como chamamos, protocolos.
2. Protocolo: é o nome dado para uma maneira uniforme de comunicação entre os computadores. É basicamente uma linguagem de comunicação entre computadores, que possui regras como toda linguagem. É através das especificações dos tais protocolos que os computadores sabem como enviar e receber dados. O protocolo principal da Internet é o TCP/IP (ou Transmission Control Protocol/Internet Protocol). E o protocolo TCP/IP especificamente coloca à disposição Portas de comunicação. As mais conhecidas: 21 (FTP, File Transfer Protocol), 80 (HTTP Hyper Text Transmission Protocol), 25 e 110 (de email), e mais uma infinidade. Vai pra mais de 65.000 portas.
3. As tais Portas são uma analogia às portas reais, e nos computadores indicam possibilidades de conexões. Considere o cabo de rede como se fosse o cano principal de fornecimento de água. As tais portas seriam as ramificações desse cano principal.
4. A Internet como usamos é como fornecimento de água, só que tem duas mãos.
O tal consumo de banda dos provedores de banda larga (seja ADSL ou cabo), considera e contabiliza todo tipo de dado que você requisita. Isso significa: Navegar pela internet, ver fotos nos fotologs alheios, baixar e-mails pelo AutiLoko, ler blogs, e obviamente, baixar arquivos. Ou seja: o que não estava no seu computador, mas veio pela Internet, conta no tal consumo de banda. A propaganda faz parecer que só quando você realiza um download é que é considerado no consumo. Eles não explicam que tudo conta: tudo é download. Só não sei ao certo se quando você envie também conta. Humpfs.
5. O compartilhamento de arquivos normalmente era feito por meio dos tais programas peer-to-peer (P2P), que fazem a conexão cliente-de/para-cliente. Kazaa, eMule, eDonkey, Shareaza, BearShare, só pra citar alguns. Esses programas ligavam os computadores de pessoas que queriam alguma coisa, por intermédio de um servidor. O único problema é que normalmente, o processo de garimpagem é chato e demorado. E além disso, a RIAA (que é uma associação das grandes gravadoras lá dos Isteites) andou processando as empresas que mantinham esses servidores funcionando E montes de usuários. Isso porque normalmente cada música ou filme era baixado única e exclusivamente de um único usuário, o que configura um ato ilegal. A diferença é que com o Bit Torrent, teoricamente você compartilha pedaços da informação…. Brechas da lei… ehehheh
E chega e escrever!

Comments (1)

DanielJanuary 20th, 2005 at 09:10

Valeu Norbisteka!
Já ouvi falar muito desse brinquedo mais ainda não fui atrás. Vou começar pelas suas dicas!
Abraço!