Bicicletistas e o trânsito
Anteontem, indo ajudar fernando-murilo-boa-pessoa em sua peripécia de fazer um “apigreide” em seu pê-cê, cruzamos com aqueles cordões de ciclistas noturnos, a passear pelos altos da Lapa.
Coisa que me incomoda, e bastante, é a atitude desses “desportistas”. Explico, antes que me arremessem um “guidom” e um “selim” na cabeça.
Não sou, obviamente, nenhum cumpridor ferrenho e radical de regras de trânsito (e duvido que haja alguém que consiga seguir TODAS as regras ditadas pelo Código Nacional de Trânsito, a ferro e fogo). Mas como pessoa civilizada, eu sei que o respeito e que na escala preferencial estão os pedestres, os ciclistas, os motociclistas, os automóveis menores e os monstros mecânicos gigantes.
E que por cidadania, bom senso, ou coisa que o valha, todos, sem exceção, devem pelo menos se portar de uma maneira que ninguém saia prejudicado.
A coisa passa do meu limite de tolerância quando uma trupe de mais de vinte desses seres com capacetes piscantes (quando não a traseira também) resolve formar uma espécie de centopéia sobre rodas, e como se fosse fluxo de uma enchente, vão abrindo caminho e, – imagino eu, do alto de sua ordem na preferência no trânsito- simplesmente não se dignam a sinalizar ou olhar para os lados, e tomam as faixas das ruas. E ai daquele motorista, um pouco mais apressadinho, que resolva interromper o fluxo de lava ciclística. De vaias a tapas no capô, os seres de colant pula-brejo e capacetes furadinhos perdem a esportiva, e se sentem ofendidos. Só porque o seu cordão, às vezes composto por mais de cinquenta deles, interrompe o tráfego por mais de cinco minutos, já que o intuito não é competir, mas sim aproveitar os ares noturnos na companhia de gente que não quer se estressar, e por isso não têm pressa nenhuma.
É, eu ando estressado e talvez precise dar as minhas pedaladas.
Enquanto isso, eu rezo pra que esses cordões passem a respeitar os semáforos, as faixas, e a convivência pacífica. Só um lembrete pra eles: o carro (especialmente aquele aonde eu estou) NÃO É seu apoio e nem seu suporte, enquanto a porra do farol não abre.
E é isso. Nor rabugento pelo jeito está de volta.
Deve ser o calor. E a gripe. Ou os dois juntos, ao mesmo tempo, AGORA.